Com a chegada do verão, volta à tona uma discussão que já se tornou tradicional nesta época do ano: será que o horário de verão pode voltar a valer no Brasil? Em 2025, a resposta continua sendo “não”. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou recentemente que a medida seguirá suspensa, justificando que o país conta hoje com segurança energética suficiente sem a necessidade de ajustes no relógio.
Suspenso desde 2019, o horário de verão foi adotado durante décadas com o objetivo de adiantar os relógios em uma hora durante os meses mais quentes, reduzindo o consumo de energia elétrica no período noturno.
Em entrevista ao Grupo A Sua Voz, o professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Mauricio Sperandio, explicou que, embora o impacto na redução de consumo energético (em megawatts-hora) seja pequeno, o horário de verão pode trazer alívio em momentos críticos da operação do sistema.
“A redução no consumo total é limitada, porque estamos apenas deslocando a demanda. Mas o impacto na demanda máxima (em megawatts) pode ser significativo, especialmente entre 18h e 20h”, destacou.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontam que a adoção do horário de verão poderia resultar em uma redução de até 2,9% na demanda máxima e gerar economia de R$ 400 milhões no custo de operação de termelétricas entre outubro e fevereiro. Mais que isso: a aplicação da medida poderia poupar cerca de 2 GW na carga de ponta, o que representaria uma economia anual estimada de R$ 1,8 bilhão com pagamentos de receitas fixas a usinas contratadas.
A adoção do horário de verão também poderia trazer benefícios ambientais, com a redução de emissões de CO₂ ao diminuir a necessidade de acionar termelétricas à base de combustíveis fósseis.
Embora o governo federal não veja necessidade de retomar a medida neste momento, dados mostram que o debate sobre o horário de verão está longe de se encerrar.








