sábado, 20 setembro, 2025
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Psicóloga de Pinhalzinho afirma que estados do Sul tem mais índice de suicídios devido à fatores regionais

Um momento de escuta e de autocuidado pode mudar tudo. No Setembro Amarelo, mês de valorização da vida e prevenção ao suicídio, voltam à pauta assuntos que nunca deveriam ser esquecidos e que precisam ser falados em sociedade.

No programa Sem Tramela desta terça-feira (16), recebemos a psicóloga Keity Santoro, que atua no CAPS em Pinhalzinho, para reforçar a importância de falar não só em setembro, mas durante todo o ano, sobre depressão e prevenção ao suicídio.

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Durante a entrevista, Keity destacou que os índices elevados de suicídio no Sul do Brasil estão relacionados a diferentes fatores. Segundo ela, “Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná são os três estados com maior histórico de suicídios. Isso se deve principalmente ao clima, à nossa cultura e também à produção agrícola, em especial do fumo. O clima influencia porque as pessoas tendem a ficar mais fechadas em casa, com menos contato social, o que acaba alimentando pensamentos negativos. Nossa cultura italiana e alemã é muito marcada pelo 8 ou 80. Muitas vezes não aceitamos certas situações, somos mais fechados, e isso gera conflitos internos que podem agravar o sofrimento emocional. Já a produção do fumo envolve contato com agrotóxicos que têm substâncias capazes de predispor à depressão. Além disso, o alto investimento exigido pela produção e a possibilidade de perda financeira acabam impactando diretamente na saúde mental dos agricultores”.

Estudos apontam ainda que trabalhadores que cultivam tabaco podem desenvolver a chamada “doença do tabaco verde”, causada pela absorção de nicotina através da pele. Os sintomas incluem náusea, tontura, dor de cabeça e alterações no humor. A exposição constante a pesticidas usados no cultivo também pode aumentar o risco de problemas neurológicos e psiquiátricos, incluindo depressão. Além disso, as condições socioeconômicas ligadas ao tabaco como baixa remuneração, endividamento e pressão de grandes empresas, estão associadas a maior estresse e sofrimento psíquico.

Outro fator que interfere na saúde mental, segundo a psicóloga, é a perda de lavouras de fumo, seja por pragas ou por chuvas fortes, que resulta em grandes prejuízos e pode agravar quadros depressivos. Ela reforça ainda a importância do diálogo aberto dentro das famílias, com mais acolhimento e menos julgamentos. “Nossa sociedade julga demais. Eu sempre digo que muitos pacientes me relatam que gostariam que a depressão sangrasse, para que os outros pudessem ver o tamanho da hemorragia que ela causa por dentro. Porque quando a dor não é visível, muitas vezes ela é desvalorizada”, concluiu Keity.

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