Na era da internet, as vitaminas viraram moda: basta um clique para comprá-las. Porém, usar suplementos sem recomendação médica pode causar hipervitaminose, quando há excesso de vitaminas no organismo.
O médico pinhalense, pós-graduado em endocrinologia, Dr. Brandt, alerta que suplementar sem diagnóstico e sem orientação é arriscado: “Deficiências vitamínicas existem e fazem mal, mas o excesso também adoece”. Entre os riscos estão náuseas persistentes, arritmias, queda de cabelo, danos ao fígado e rins, além de casos que podem levar até à internação.
As vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) são as mais perigosas, pois se acumulam no organismo:
• Vitamina A: pode ser tóxica ao fígado e perigosa na gestação;
• Vitamina D: em excesso, aumenta o cálcio no sangue, favorecendo arritmias, sede intensa, confusão mental, cálculos e lesão renal;
• Vitamina E: eleva o risco de sangramento e interage com anticoagulantes.
Mesmo as hidrossolúveis, consideradas mais seguras, trazem riscos em megadoses:
• Vitamina C: pode contribuir para pedras nos rins em pessoas predispostas;
• B6: excesso causa neuropatia (formigamentos e perda de sensibilidade);
• Niacina (B3): sobrecarrega o fígado;
• Biotina: interfere em exames laboratoriais, podendo induzir diagnósticos errados.
A compra pela internet agrava os riscos, com doses inadequadas, uso por tempo indefinido e informações falsas nos rótulos. Segundo reportagem do G1, a Anvisa registrou 240 notificações de problemas com suplementos vitamínicos desde o ano passado, sendo 28% de efeitos graves. Além disso, mais de 62 mil anúncios irregulares foram retirados do ar. É uma indústria que movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano.
Dr. Brandt reforça que a melhor solução é manter uma alimentação variada e equilibrada, que normalmente supre as necessidades. A dica é colorir o prato com: frutas cítricas, vegetais verde-escuros e alaranjados, leguminosas, oleaginosas, laticínios, ovos e peixes. A exposição solar segura auxilia na produção de vitamina D. Já veganos devem ter atenção especial à vitamina B12, que precisa ser suplementada com orientação profissional.
A suplementação só deve ser feita em casos específicos, com acompanhamento médico, sempre com dose certa e tempo definido.
“Não caia no mito de que vitamina nunca faz mal. Sem diagnóstico, o risco de lesão hepática e renal é real. Antes de comprar, consulte um médico. É mais barato e muito mais seguro.”
