A prática de dividir comprimidos para ajustar doses ou economizar medicamentos é comum entre muitos pacientes, mas pode representar sérios riscos à saúde se realizada de forma inadequada. Na última semana a equipe de jornalismo do Grupo A Sua Voz, esteve conversando com a farmacêutica e proprietária da Farmácia Auxiliadora, Simone Granella, sobre os perigos dessa prática, especialmente quando feita sem orientação profissional.
Segundo Simone, nem todos os medicamentos são projetados para serem divididos. “A orientação médica ou farmacêutica é essencial para garantir que a divisão seja segura e que cada metade contenha a dose correta do princípio ativo”, explica. Isso ocorre porque alguns comprimidos não se fragmentam de maneira homogênea, e uma divisão incorreta pode resultar em doses desiguais, comprometendo a eficácia do tratamento.
Além disso, há medicamentos, especialmente os revestidos ou sem sulco, que não devem ser partidos. A quebra pode comprometer o revestimento, que muitas vezes serve para proteger o estômago de efeitos irritantes ou para garantir a liberação controlada do medicamento no organismo. Por isso, o paciente deve sempre consultar um profissional para saber se o medicamento que utiliza pode ser dividido ou não.
Administrar medicamentos de forma incorreta também pode desencadear problemas graves, como reações alérgicas ou desenvolvimento de resistência ao tratamento, alertam os especialistas. Para Simone, esses riscos tornam ainda mais importante o acompanhamento profissional. “Erros na administração podem interferir no resultado e eficácia do tratamento”, pontua.
Além de seguir as instruções para dividir comprimidos com segurança, os pacientes também devem respeitar horários e doses indicadas, evitar o uso simultâneo de medicações sem orientação, e o consumo de álcool durante o tratamento.
